quarta-feira, 19 de maio de 2010

Frio da Noite

Diante do frio
Soturno
Que se debruça em meu mundo
Os olhos tristes da noite
Choram
Estrelas cadentes.

terça-feira, 18 de maio de 2010

Percepção das Coisas

Meus olhos
Enfim descobriram
Que a grande beleza das coisas
Não está nelas apenas
Mas nas outras
Que nascem ocultas em nós
Quando as vemos simples
Como devem ser.

Os Sóis

Debaixo do sol
E de toda ingratidão humana
Nascem-nos
Uns sóis tremeluzentes.

Cartas de Amor

Envio cartas de amor
A pessoas desconhecidas
Perdidas pela cidade

Não tenho muito critério
Apenas escolho um endereço na lista
Um número, um nome que me agrade
E as envio

Nunca obtive resposta
A minhas correspondências

Talvez por não haver palavras verdadeiras
Nas cartas
ou por não haver sentimentos genuínos
Em mim.

Mudar o Mundo

O poder para mudar o mundo
Escapa de nossas mão distraídas
Enquanto paramos
Para cumprimentar o descaso.

Promessas

Há umas promessas vagas
De beijos impetuosos
Nos cantos
De seus pequenos
Belos lábios sorridentes.

Solidão

Uns restos de horas mortas
Amontoam-se debaixo do tapete da sala
A tarde agoniza como eu
Mas meus gritos de socorro
Quem os ouviria?
Não há mais ninguém no mundo
Não há mais ninguém em mim.

Incoerência

Se você
não tentasse ser quem eu procuro
E fosse apenas quem é
Eu com certeza te amaria.

Mediocridade

Se as coisas
Nos parecem
Assim tão boas
Nossa mediocridade
Deve ter prevalecido

Acerto de Contas

Quero encontrar comigo
Dia desses nas esquinas
E me cobrar
Antigas promessas de felicidade
Eu que me julgava honesto com os outros
Sempre menti pra mim mesmo.

As Sombras

As sombras dos meus pesadelos
Me assustam
Não por me chamarem
Mas por, às vezes,
Eu desejar muito ir.