As pessoas são altas magras
baixas gordas feias bonitas grandes pequenas...importantes, mas sem importância.
Elas andam pelas ruas e se esbarram se espremem se cospem e se lambem se
lembram e se esquecem no ônibus no caminho no carinho na ofensa na pergunta na
resposta no antes no depois.
As pessoas dormem e acordam e
desacordam e brigam e se entendem...as pessoas estão dentro e fora, estampadas
nos rostos nos olhos nas lagrimas nos sorrisos nas lembranças nos erros e
acertos, nas vanidades no luxo no desperdício de pessoas.
Estão indo e vindo ficando
estando lendo descendendo ascendendo, descobrindo o fogo, a roda o amor o ar a
neve o calor e o frio e o cansaço do abraço dado ou negado de todos os dias
interminavelmente.
As pessoas estão cansadas
ansiosas apreensivas expectantes perdidas e achatadas pelas pedras do caminho.
As pessoas colecionam coisas,
anseios, pensamentos, pré-conceitos, amores, ódios, inícios, fins,
justificativas...co-lecionam pessoas. Estão nas sarjetas, nos olhos das ruas,
nos bares, nos lares desfeitos refeitos enfeitados com telas de “LSD”. As pessoas
vendem e mendigam a si mesmas. As pessoas estão em todos os lugares e em lugar
algum, sabem precariamente o que esperam o que valem o que querem o que são:
são pessoas! Seja lá o que isso queira dizer.