Os meus pés empurram o mundo em
direção à Austrália ou ao Japão, algum desses lugares em que agora pode muito
bem ser noite, e apesar de todo o esforço que faço ele continua redondo ou
quadrado. Mas o mundo não é imutável, ele continua deformando-se e deformando-me
sob meus olhares e minhas perspectivas, além da minha capacidade de compreendê-lo
e aquém do meu interesse. Meus pés empurram o mundo e ele me empurra de volta
em direção ao espaço. Apesar disso continuamos aqui neste impasse, mas tudo bem,
já que isso tudo me possibilita caminhar. E se ele me empurrar até o ponto de
ônibus mais próximo pra mim já basta. De lá, não sei para onde vou ou serei
levado, pois eu não pretendo e, mesmo, não tenho o interesse de ir a algum lugar
específico, sei que nada me espera onde não estou, nem eu espero lá encontrar
algo.
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