Como nasce a poesia?
Já no peito do poeta
A sua promessa faz-se fato-feto
Fecundo e explosão e prenúncio
Mas de onde vem e de que matéria se forma?
Seria ela o prórpio poeta
A declamar-se por línguas de fogo indecifráveis?
Ou por acaso a boca
Que o deglute e tritura
E grita sempre
E sempre ao seu ouvido palavras incompreensíveis?
Seria então aquilo que ele vê
Além do que ele vê
E que o reflete mundo e imundo
E que lhe fende as retinas e rotinas
E que lhe rompe as múltiplas amarras da alma?
Nasce ela talvez desse encanto
Desse encontro e desencontro
Que ocorre quando o mundo se choca
Contra o mundo confuso do poeta
Nasce talvez do prórpio espanto imenso de nascer
E desse encanto e encontro e desencontro.
domingo, 24 de outubro de 2010
Curta Metragem
Atenção!
Em meio à praça
Em meio a luzes e manchas humanas
Que infestam barulhentamente a praça
Da árvore, daquela flor na árvore
Uma pétala cai
Mas não cai, dança com o vento
Só ela e o vento
O tempo passa e a toca
Os sons, as cores confusas da tarde,
Meus olhos passam e a tocam
Mas ela não se importa
Prossegue dançando distraída
Como se nada mais existisse no mundo
Só ela e o vento...
Em meio à praça
Em meio a luzes e manchas humanas
Que infestam barulhentamente a praça
Da árvore, daquela flor na árvore
Uma pétala cai
Mas não cai, dança com o vento
Só ela e o vento
O tempo passa e a toca
Os sons, as cores confusas da tarde,
Meus olhos passam e a tocam
Mas ela não se importa
Prossegue dançando distraída
Como se nada mais existisse no mundo
Só ela e o vento...
segunda-feira, 4 de outubro de 2010
Grito da figueia fronda
Antes do inaudível grito
Grito
Depois persisto suspenso em tecitura curva
Da carne sua saborosa
Suspenso e absurdo grito
Sob galhos de figueira fronda
Entre fragmentos de vida abrasadora
Me estilhaço em brancuras diluídas
E mastigo pomos do desejo
Abaixo
Nossos corpos se dissolvem
Em vis volúpias desveladas
Sobre a relva fresca
Acima
Nuvens cantam canções visuais
A luz do sol explode
Em nossos rostos retesos e repletos
Em nossos corpos curvos e retos
E bocas deglutem essências carnais
Com mordeduras supranaturais
Enquanto um sorriso abafado pende
(Grito proscrito)
Inaudível da figueira fronda.
Grito
Depois persisto suspenso em tecitura curva
Da carne sua saborosa
Suspenso e absurdo grito
Sob galhos de figueira fronda
Entre fragmentos de vida abrasadora
Me estilhaço em brancuras diluídas
E mastigo pomos do desejo
Abaixo
Nossos corpos se dissolvem
Em vis volúpias desveladas
Sobre a relva fresca
Acima
Nuvens cantam canções visuais
A luz do sol explode
Em nossos rostos retesos e repletos
Em nossos corpos curvos e retos
E bocas deglutem essências carnais
Com mordeduras supranaturais
Enquanto um sorriso abafado pende
(Grito proscrito)
Inaudível da figueira fronda.
Assinar:
Postagens (Atom)