Como nasce a poesia?
Já no peito do poeta
A sua promessa faz-se fato-feto
Fecundo e explosão e prenúncio
Mas de onde vem e de que matéria se forma?
Seria ela o prórpio poeta
A declamar-se por línguas de fogo indecifráveis?
Ou por acaso a boca
Que o deglute e tritura
E grita sempre
E sempre ao seu ouvido palavras incompreensíveis?
Seria então aquilo que ele vê
Além do que ele vê
E que o reflete mundo e imundo
E que lhe fende as retinas e rotinas
E que lhe rompe as múltiplas amarras da alma?
Nasce ela talvez desse encanto
Desse encontro e desencontro
Que ocorre quando o mundo se choca
Contra o mundo confuso do poeta
Nasce talvez do prórpio espanto imenso de nascer
E desse encanto e encontro e desencontro.
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