Às vezes
A procura
É onde nos encontramos.
terça-feira, 27 de dezembro de 2011
Ainda existe
Porque ainda existe
Entre uma obrigação e outra
O momento
Entre uma parede e outra
O céu
Entre uma lágrima e outra
O sorriso
Entre um desejo e outro
A liberdade
Entre uma batalha e outra
O descanso
Entre um engano e outro
A verdade
Entre um grito e outro
O sussurro
Entre um espasmo e outro
O carinho
Entre um desencontro e outro
O amor...
domingo, 25 de dezembro de 2011
Fila
O Mundo é uma fila imensa:
Muitos à nossa frente,
Tantos atrás de nós,
Ninguém, porém, do nosso lado.
Muitos à nossa frente,
Tantos atrás de nós,
Ninguém, porém, do nosso lado.
sexta-feira, 16 de dezembro de 2011
É isto o homem? (fragmento) - Primo Levi
“Aqui estou, então: no fundo do poço. Quando a necessidade
aperta, aprende-se em breve a apagar da nossa mente o passado e o futuro. Quinze
dias depois da chegada já tenho fome regulamentar, esta fome crônica que os homens
livres desconhecem; que faz sonhar à
noite; que fica dentro de cada fragmento de nossos corpos. Aprendi a não
deixar que me roubem; aliás, se vejo por aí uma colher, um barbante, um botão
dos quais consiga tomar posse sem risco de punição embolso-os, considero-os
meus de pleno direito. Já apareceram, no peito dos meus pés, as torpes chagas,
que nunca irão sarar...Empurro vagões, trabalho com a pá, desfaleço na
chuva,tremo no vento; mesmo meu corpo já não é meu; meu ventre está inchado,
meus membros ressequidos, meu rosto túmido de manhã e chupado à noite; alguns
de nós têm a pele amarelada, outros cinzenta; quando não nos vemos durante três
ou quatro dias custamos a nos reconhecer.”
quinta-feira, 15 de dezembro de 2011
quarta-feira, 14 de dezembro de 2011
domingo, 11 de dezembro de 2011
Não facilite as coisas para mim
Não facilite as coisas para mim
Não vale a pena
Inventar soluções de descontinuidade
Perder a expressão de espanto
Em meu rosto
Espanto pela falta de que se espantar
Perder a fuga do meu olhar
Pela tangente
A fuga do meu olhar para lugares
Onde o meu olhar não cabe, não basta
Pois ele não basta
Não facilite as coisas para mim
Descrevendo-me
O horizonte
Além das minhas possibilidades
Deixe-me buscá-lo,
Perder-me a buscá-lo, que seja
Que seja o que se deseja
O que quer que seja o que se deseja
Não facilite as coisas para mim, eu peço,
Deixando a luz acesa
Não busque iluminar os meus escuros ocultos,
As minhas trevas possuem luzes próprias
E as minhas luzes possuem trevas, precisam de trevas
Para serem luzes
Não me diga o que há além dos muros,
O que há além das ruas,
O que há além dos dias, da vida...
Deixe,
Deixe que eu transponha meus próprios oceanos,
Cabos de tormentas,
Deixe que eu funde meus portos, ou que eu me afunde neles,
Ou que eu caia em meus próprios precipícios
Não me estenda a mão
Deixe que eu aprenda a andar,
Que eu descubra meu próprio caminho
Não facilite as coisa para mim
Com seu carinho.
Não vale a pena
Inventar soluções de descontinuidade
Perder a expressão de espanto
Em meu rosto
Espanto pela falta de que se espantar
Perder a fuga do meu olhar
Pela tangente
A fuga do meu olhar para lugares
Onde o meu olhar não cabe, não basta
Pois ele não basta
Não facilite as coisas para mim
Descrevendo-me
O horizonte
Além das minhas possibilidades
Deixe-me buscá-lo,
Perder-me a buscá-lo, que seja
Que seja o que se deseja
O que quer que seja o que se deseja
Não facilite as coisas para mim, eu peço,
Deixando a luz acesa
Não busque iluminar os meus escuros ocultos,
As minhas trevas possuem luzes próprias
E as minhas luzes possuem trevas, precisam de trevas
Para serem luzes
Não me diga o que há além dos muros,
O que há além das ruas,
O que há além dos dias, da vida...
Deixe,
Deixe que eu transponha meus próprios oceanos,
Cabos de tormentas,
Deixe que eu funde meus portos, ou que eu me afunde neles,
Ou que eu caia em meus próprios precipícios
Não me estenda a mão
Deixe que eu aprenda a andar,
Que eu descubra meu próprio caminho
Não facilite as coisa para mim
Com seu carinho.
sábado, 10 de dezembro de 2011
O que dura
Tudo que dura o bastante
Para fazer sentido
Deixa de ser o que era
Antes de ser compreendido.
Para fazer sentido
Deixa de ser o que era
Antes de ser compreendido.
Não se mate (Carlos Drummond de Andrade)
Carlos,
sossegue, o amor
é isso que você
está vendo:
hoje beija, amanhã não beija,
depois de amanhã é domingo
e segunda-feira ninguém sabe
o que será.
Inútil você resistir
ou mesmo suicidar-se.
Não se mate, oh não se mate,
Reserve-se todo para as bodas que ninguém sabe
quando virão,
se é que virão.
O amor, Carlos, você telúrico,
a noite passou em você,
e os recalques se sublimando,
lá dentro um barulho inefável,
rezas,
vitrolas,
santos que se persignam,
anúncios do melhor sabão,
barulho que ninguém sabe
de quê,
hoje beija, amanhã não beija,
depois de amanhã é domingo
e segunda-feira ninguém sabe
o que será.
Inútil você resistir
ou mesmo suicidar-se.
Não se mate, oh não se mate,
Reserve-se todo para as bodas que ninguém sabe
quando virão,
se é que virão.
O amor, Carlos, você telúrico,
a noite passou em você,
e os recalques se sublimando,
lá dentro um barulho inefável,
rezas,
vitrolas,
santos que se persignam,
anúncios do melhor sabão,
barulho que ninguém sabe
de quê,
Pra quê.
Entretanto você caminha
melancólico e vertical.
Você é a palmeira, você é o grito
que ninguém ouviu no teatro
e as luzes todas se apagam.
O amor no escuro, não, no claro,
é sempre triste, meu filho, Carlos,
mas não diga nada a ninguém,
ninguém sabe nem saberá.
Entretanto você caminha
melancólico e vertical.
Você é a palmeira, você é o grito
que ninguém ouviu no teatro
e as luzes todas se apagam.
O amor no escuro, não, no claro,
é sempre triste, meu filho, Carlos,
mas não diga nada a ninguém,
ninguém sabe nem saberá.
quinta-feira, 8 de dezembro de 2011
terça-feira, 6 de dezembro de 2011
Só para você saber
Só para você saber
Eu não faria nada
E eu faria tudo
Eu declamaria todos os versos
Eu ficaria totalmente mudo
Eu riria do que não tem graça
Eu aceitaria toda
E qualquer desgraça
Eu cometeria todos os pecados
Ou me tornaria totalmente santo
Só para você saber
E nunca duvidar
Que eu te amo sempre
E tanto!
sexta-feira, 2 de dezembro de 2011
Ícaros
A tarde cai
Ou nós é que caímos com a tarde?
O sol se eleva
Ou nós é que elevamos o sol?
Seríamos
Com nossas asas de cera
Ícaros deslumbrados
Por este imenso farol
Que não existe?
A chuva cai
Ou eu é que sou triste?
O meu mal
O meu mal
É que sinto
O que vejo
Ao contrário
É que tenho
Preso
Dentro do armário
O meu próprio monstro
Solitário.
Polissemia
O ato de significar
Outras coisas
Uma mesma coisa
Chama-se polissemia
E eu sou um polissêmico
Epidérmico
E eu sou epidêmico
Modérnico
Disseminando
Inseminando
Polisseminando
Poesia
sexta-feira, 25 de novembro de 2011
terça-feira, 22 de novembro de 2011
sábado, 19 de novembro de 2011
A verdade
Por fim
O que não entendermos
Deve mesmo ser a verdade
Não aquela apregoada pelos sábios,
Pelos profetas, e os reis, e os imperadores, e os deuses...
Não,
A verdade eu acredito
Deve se parecer bem mais
Com aquilo que uma criança vê
E não consegue explicar
E
Que mais tarde ela explicará
Não mais conseguindo ver.
Como declamar Drummond
Como declamar Drummond...
Pegue um copo de água bem cheio
De preferência
Um bom copo de água fresca das Minas
Colhido na fonte
Agora derrame
Um bom copo de água fresca das Minas
Não entende nada de Drummond
Tudo o mais
Que vive, que respira, que suspira
Já nasce declamando Drummond dentro da alma.
sexta-feira, 18 de novembro de 2011
Aninha-me
Aninha-me no céu
Que o seu olhar promete
Que
Entre seus lábios
O seu sorriso reflete
Mais céu
Que o céu de todos os espaços
Aninha-me no céu
Do espaço entre os seus braços.
Que o seu olhar promete
Que
Entre seus lábios
O seu sorriso reflete
Mais céu
Que o céu de todos os espaços
Aninha-me no céu
Do espaço entre os seus braços.
quarta-feira, 16 de novembro de 2011
Poema de sete "Faces"
Quando nasci
A torto e a direito
As almas já estavam alugadas
As casas não
As vidas já estavam lotadas
Os bondes não
Os amigos estavam no “face”
Os bigodes não
Fui às sombras
Mancando
Procurar meu anjo
Os anjos já estavam esgotados
As tristezas não
Mundo, mundo, vasto mundo
Mais devastado é o meu S2.
Acorde
O poema
Costuma
Dançar
De madrugada
Enquanto tudo dorme
Apenas o poema
Rima
Com minha alma
Acordada.
Pão
Enquanto
Grossos calos se formam
Nas mãos cansadas
Que colhem o trigo
De que será feito meu pão
Eu alheio
Acaricio
Com minhas mãos macias
As tuas mãos vazias.
sábado, 12 de novembro de 2011
Desforra - José Saramago
O rapaz vinha do rio. Descalço, com as calças arregaçadas acima do
joelho, as pernas sujas de lama. Vestia uma camisa vermelha, aberta no peito,
onde os primeiros pêlos da puberdade começavam a enegrecer. Tinha o cabelo
escuro, molhado de suor que lhe escorria pelo pescoço delgado. Dobrava-se um
pouco para frente, sob o peso dos longos remos, donde pendiam fios verdes de
limos ainda gotejantes. O barco ficou balouçando na água turva, e ali perto,
como se o espreitassem, afloraram de repente os olhos globulosos de uma rã. O
rapaz olhou-a, e ela olhou-o a ele. Depois a rã fez um movimento brusco e
desapareceu. Um minuto mais e a superfície do rio ficou lisa e calma, e
brilhante como os olhos do rapaz. A respiração do lodo desprendia lentas e
moles bolhas de gás que a corrente arrastava. No calor espesso da tarde, os
choupos altos vibraram silenciosamente, e, de rajada, flor rápida que do ar
nascesse, uma ave azul passou rasando a água. O rapaz levantou a cabeça. No
outro lado do rio, uma rapariga olhava-o, imóvel. O rapaz ergueu a mão
livre e todo o seu corpo desenhou o gesto de uma palavra que não se ouviu. O
rio fluía lento.
O rapaz subiu a ladeira, sem olhar para trás. A erva acabava logo ali.
Para cima, para além, o sol calcinava os torrões dos alqueives e os olivais
cinzentos. Metálica, duríssima, uma cigarra roia o silêncio. À distância, a
atmosfera tremia.
A casa era térrea, acachapada, brunida de cal, com uma barra de ocre
violento. Um pano de parede cega, sem janelas, uma porta onde se abria um
postigo. No interior, o chão de barro refrescava os pés. O rapaz encostou os
remos, limpou o suor ao antebraço. Ficou quieto, escutando as pancadas do
coração, o vagaroso surdir do suor que se renovava na pele. Esteve assim uns
minutos, sem consciência dos rumores que vinham da parte de trás da casa e que
se transformaram, de súbito, em guinchos lancinantes e gratuitos: o protesto de
um porco preso. Quando, por fim, começou a mover-se, o grito do animal, desta
vez ferido e insultado, bateu-lhe nos ouvidos. E logo outros gritos, agudos,
raivosos, uma súplica desesperada, um apelo que não espera socorro.
Correu para o quintal, mas não passou da soleira da porta. Dois homens e
uma mulher seguravam o porco. Outro homem, com uma faca ensanguentada,
abria-lhe um rasgo vertical no escroto. Na palha brilhava já um ovóide
achatado, vermelho. O porco tremia todo, atirava gritos entre as queixadas que
uma corda apertava. A ferida alargou-se, o testículo apareceu, leitoso e raiado
de sangue, os dedos do homem introduziram-se na abertura, puxaram, torceram,
arrancaram. A mulher tinha o rosto pálido e crispado. Desamarraram o porco,
libertaram-lhe o focinho, e um dos homens baixou-se e apanhou os dois bagos,
grossos e macios. O animal deu uma volta perplexo, e ficou de cabeça baixa,
arfando. Então o homem atirou-lhos. O porco abocou, mastigou sôfrego, engoliu.
A mulher disse algumas palavras e os homens encolheram os ombros. Um deles riu.
Foi nessa altura que viram o rapaz no limiar da porta. Ficaram todos calados e,
como se fosse a única coisa que pudessem fazer naquele momento, puseram-se a
olhar o animal que se deitara na palha, suspirando, com os beiços sujos do
próprio sangue.
O rapaz voltou para dentro. Encheu um púcaro e bebeu, deixando que a
água lhe corresse pelos cantos da boca, pelo pescoço, até aos pêlos do peito,
que se tornaram mais escuros. Enquanto bebia, olhava lá fora as duas manchas
vermelhas sobre a palha. Depois, num movimento de cansaço, tornou a sair de
casa, atravessou o olival, outra vez sob a torreira do sol. A poeira
queimava-lhe os pés, e ele sem dar por isso, encolhia-os, para fugir ao
contacto escaldante. A mesma cigarra rangia, em tom mais surdo. Depois a
ladeira, a erva com o seu cheiro de seiva aquecida, a frescura entontecedora
debaixo dos ramos, o lodo que se insinua entre os dedos dos pés e irrompe para
cima.
O rapaz ficou parado, a olhar o rio. Sobre um afloramento de limos, uma
rã, parda como a primeira, de olhos redondos sob as arcadas salientes, parecia
estar à espera. A pele branca da goela palpitava. A boca fechada fazia uma
prega de escárnio. Passou tempo, e nem a rã nem o rapaz se moviam. Então ele,
desviando a custo os olhos, como para fugir a um malefício, viu no outro lado
do rio, entre os ramos baixos dos salgueiros, aparecer outra vez a rapariga. E
novamente, silencioso e inesperado, passou sobre a água o relâmpago azul.
Devagar, o rapaz tirou a camisa. Devagar se acabou de despir, e foi só
quando já não tinha roupa nenhuma no corpo que a sua nudez, lentamente, se
revelou. Assim como se estivesse curando uma cegueira de si mesma. A rapariga
olhava de longe. Depois, com os mesmos gestos lentos, libertou-se do vestido e
tudo quanto a cobria. Nua sobre o fundo verde das árvores.
O rapaz olhou uma vez mais o rio. O silêncio assentava sobre a líquida
pele daquele interminável corpo. Círculos que se alargavam e perdiam na
superfície calma, mostravam o lugar onde enfim a rã mergulhara. Então, o rapaz
meteu-se à água e nadou para a outra margem, enquanto o vulto branco e nu da
rapariga recuava para a penumbra dos ramos.
terça-feira, 8 de novembro de 2011
domingo, 6 de novembro de 2011
Presságio
Eu não sei dizer
Mas eu te sinto
Eu não sei tentar
Mas eu te quero
Eu não sei seguir
Mas eu te chamo
Eu não sei se vens
Mas eu te espero.
Bastante
O meu plano é curvo
O meu dia é tarde
O meu tempo urge
O meu peito arde.
O que tenho: é nada
O que busco: é tudo
O que faço: eu erro
O que sou: eu mudo.
Eu não tenho crença
E não tenho casta
Tenho uma certeza:
Eu te amo, e basta.
sábado, 22 de outubro de 2011
sexta-feira, 21 de outubro de 2011
Consumismo
Não faz parte de mim
Dizer verdades
As mentiras são bem mais
atraentes
Nem faz parte de mim
Celeridades
São inúteis as coisas mais
urgentes
Não reclamo
As partes importantes
Me contentam as sobras, as migalhas
Nem censuro
Formas aberrantes
Sobrevivo às minhas próprias
falhas
Não requeiro louros
Nem coroas
Minhas glórias não têm valor
real
Nem possuo dileção
Por cousas boas
Não consigo distinguir o bem
do mal
Não sustento em mãos
Brasões nem estandartes
Sou bastardo pela própria
natureza
Nem congrego dons
Das nobres artes
Não possuo nem dinheiro e
nem beleza
Não me julgo
Vítima ou algoz
Nem questiono cousa
consumada
Não reclamo
Por buscar o meu destino a sós
Mas caminharei...
Enquanto houver estrada.
quarta-feira, 19 de outubro de 2011
Cântico Negro - José Régio (Autor)
‘Vem por aqui» — dizem-me alguns com olhos doces,
Estendendo-me os braços, e seguros
A minha glória é esta:
Criar desumanidade!
Não acompanhar ninguém.
Que eu vivo com o mesmo sem-vontade
Com que rasguei o ventre a minha Mãe.
Não, não vou por ai! Só vou por onde Me levam meus próprios passos...
Se ao que busco saber nenhum de vós responde,
Por que me repetis: «vem por aqui»?
Prefiro escorregar nos becos lamacentos,
Redemoinhar aos ventos,
Como farrapos, arrastar os pés sangrentos,
A ir por aí...
Se vim ao mundo, foi
Só para desflorar florestas virgens,
E desenhar meus próprios pés na areia inexplorada! O mais que faço não vale nada.
Como, pois, sereis vós
Que me dareis impulsos, ferramentas, e coragem
Para eu derrubar os meus obstáculos?...
Corre, nas vossas veias, sangue velho dos avós,
E vós amais o que é fácil!
Eu amo o Longe e a Miragem,
Amo os abismos, as torrentes, os desertos...
Ide! tendes estradas,
Tendes jardins, tendes canteiros,
Tendes pátrias, tendes tectos,
E tendes regras, e tratados, e filósofos, e sábios.
Eu tenho a minha Loucura!
Levanto-a, como um facho, a arder na noite escura,
E sinto espuma, e sangue, e cânticos nos lábios...
Deus e o Diabo é que me guiam, mais ninguém.
Todos tiveram pai, todos tiveram mãe;
Mas eu, que nunca principio nem acabo,
Nasci do amor que há entre Deus e o Diabo.
Ah, que ninguém me dê piedosas intenções!
Ninguém me peça definições!
Ninguém me diga: (vem por aqui)!
A minha vida é um vendaval que se soltou.
É uma onda que se alevantou.
É um átomo a mais que se animou...
Não sei por onde vou,
Não sei para onde vou,
- Sei que não vou por aí!
sexta-feira, 14 de outubro de 2011
Paradoxo
Com os olhos
Me beija
Com os lábios
Me nega
Com os braços
Me retém
Enquanto me diz
Não
Com o corpo trêmulo e em brasas
Afasta-se
E vai me procurar na solidão.
Me beija
Com os lábios
Me nega
Com os braços
Me retém
Enquanto me diz
Não
Com o corpo trêmulo e em brasas
Afasta-se
E vai me procurar na solidão.
Implicações do amor
Quando só eu vejo
Não existe
Quando só eu tento
Não dá certo
Quando só eu vou
Não acontece
Quando só
Eu digo
Não ressoa
Pois o amor
Implica mais de uma pessoa.
Não existe
Quando só eu tento
Não dá certo
Quando só eu vou
Não acontece
Quando só
Eu digo
Não ressoa
Pois o amor
Implica mais de uma pessoa.
quarta-feira, 21 de setembro de 2011
terça-feira, 20 de setembro de 2011
Metamorfose moderna
De tudo que se vai
Um pouco fica
E do que fica
Um pouco se retém
E tudo que sabemos
É sempre pouco ou nada
De tudo que é mal
Um pouco é bem.
De tudo que nos grita
É pouco o que nos cala
De tudo que nos olha
É pouco o que nos vê
De tudo que nos cerca
Um pouco nos abala
De tudo que nos conta
Um pouco crê.
Tudo que nos diz
Um pouco nos revela
Tudo que nos tem
Um pouco nos rebela
Tudo que nos cerca
Um pouco nos entranha.
Tudo que nos cria
Aos poucos nos destrói
Toda a alegria
Pouco a pouco dói
Tudo que nos reconhece
Aos poucos nos estranha.
Tudo que nos cura
Pouco a pouco mata
E aos poucos nos tornamos
O que os medos são
Eu já sinto aos poucos
O meu coração
Bombeando sangue de barata.
Um pouco fica
E do que fica
Um pouco se retém
E tudo que sabemos
É sempre pouco ou nada
De tudo que é mal
Um pouco é bem.
De tudo que nos grita
É pouco o que nos cala
De tudo que nos olha
É pouco o que nos vê
De tudo que nos cerca
Um pouco nos abala
De tudo que nos conta
Um pouco crê.
Tudo que nos diz
Um pouco nos revela
Tudo que nos tem
Um pouco nos rebela
Tudo que nos cerca
Um pouco nos entranha.
Tudo que nos cria
Aos poucos nos destrói
Toda a alegria
Pouco a pouco dói
Tudo que nos reconhece
Aos poucos nos estranha.
Tudo que nos cura
Pouco a pouco mata
E aos poucos nos tornamos
O que os medos são
Eu já sinto aos poucos
O meu coração
Bombeando sangue de barata.
Poema Desconexo
Os encontros
Não unem as pessoas
Os destinos
Não sabem aonde vamos
Os caminhos
Não ditam nossos passos
Nem os mapas
Mostram onde estamos.
As ausências
Não moldam as presenças
As batalhas
Não ditam as vitórias
As angústias
Não definem nossas crenças
Não somos
Escravos das memórias.
.........................................
O que busco
Não é minha certeza
O que perco
Não é minha opção
Mas às vezes
Há alegria oculta na tristeza
Às vezes
Há sins dentro de um não.
............................................
É incerto
O que afasta ou que aproxima
Nem todo rio
Segue para o mar
Eu sei que meu amor
Não cabe
Em uma rima
Mas sei que minha vida
Cabe em seu olhar.
Não unem as pessoas
Os destinos
Não sabem aonde vamos
Os caminhos
Não ditam nossos passos
Nem os mapas
Mostram onde estamos.
As ausências
Não moldam as presenças
As batalhas
Não ditam as vitórias
As angústias
Não definem nossas crenças
Não somos
Escravos das memórias.
.........................................
O que busco
Não é minha certeza
O que perco
Não é minha opção
Mas às vezes
Há alegria oculta na tristeza
Às vezes
Há sins dentro de um não.
............................................
É incerto
O que afasta ou que aproxima
Nem todo rio
Segue para o mar
Eu sei que meu amor
Não cabe
Em uma rima
Mas sei que minha vida
Cabe em seu olhar.
terça-feira, 13 de setembro de 2011
Certa vez
Certa vez eu te vi
E ficou clara
A festa que havia em mim
Enquanto eu a via
Certa vez eu te quis
E ficou clara
A dor da sua ausência
Que é
Como a ausência de toda uma alegria.
E ficou clara
A festa que havia em mim
Enquanto eu a via
Certa vez eu te quis
E ficou clara
A dor da sua ausência
Que é
Como a ausência de toda uma alegria.
Segredo
Amo-te secretamente
Ninguém precisa saber
A dor que minha alma sente
Por eu não saber te dizer...
Ninguém precisa saber
A dor que minha alma sente
Por eu não saber te dizer...
Devia ser proibido - Alice Ruiz
Devia ser proibido
Uma saudade tão má
De uma pessoa tão boa
Falar, gritar, reclamar
Se a nossa voz não ecoa
Dizer não vou mais voltar
Sumir pelo mundo afora
Alguém com tudo pra dar
Tirar o seu corpo fora
Devia ser proibido estar
Do lado de cá
Enquanto a lembrança voa
Reviver, ter que lembrar
E calar por mais que doa
Chorar, não mais respirar (ar)
Dizer adeus, ir embora
Você partir e ficar
Pra outra vida, outra hora
Devia ser proibido...
Uma saudade tão má
De uma pessoa tão boa
Falar, gritar, reclamar
Se a nossa voz não ecoa
Dizer não vou mais voltar
Sumir pelo mundo afora
Alguém com tudo pra dar
Tirar o seu corpo fora
Devia ser proibido estar
Do lado de cá
Enquanto a lembrança voa
Reviver, ter que lembrar
E calar por mais que doa
Chorar, não mais respirar (ar)
Dizer adeus, ir embora
Você partir e ficar
Pra outra vida, outra hora
Devia ser proibido...
sábado, 10 de setembro de 2011
Verso e reverso
Você é meu verso
E reverso
Qual canto
Mesmo quando estou calado
E eu sei
Que seria meu mundo
Mais belo e feliz
Se você estivesse
E ficasse ao meu lado
E reverso
Qual canto
Mesmo quando estou calado
E eu sei
Que seria meu mundo
Mais belo e feliz
Se você estivesse
E ficasse ao meu lado
segunda-feira, 5 de setembro de 2011
sábado, 3 de setembro de 2011
Frio
Onde foi que nos deixamos
Afinal?
Tudo é tão confuso aqui
E eu sinto frio
Nossos olhares
Buscam-se no espaço
Nossas mãos se tocam no vazio.
Afinal?
Tudo é tão confuso aqui
E eu sinto frio
Nossos olhares
Buscam-se no espaço
Nossas mãos se tocam no vazio.
O ponto em que estamos
Não se perca
Não me perca
Não permita
Que nós nos percamos
Que importa
Não estarmos juntos agora
O ponto em que estamos
Não consegue definir
Até que ponto vamos.
Não me perca
Não permita
Que nós nos percamos
Que importa
Não estarmos juntos agora
O ponto em que estamos
Não consegue definir
Até que ponto vamos.
quarta-feira, 31 de agosto de 2011
Traçado
Eu devo me esconder
Por quanto tempo?
Eu devo me expressar
Por quanto espaço?
E para me esquecer
Que roupa eu uso?
E para me compor
Uso qual traço?
Telepoesia
Não o conheço
Não sou seu amigo
Nunca apertei sua mão
Mas só de imaginar
Sua existência
Dá cá um aperto ao coração!
Estrangeiro
Este dia que não passa
Não termina
Este olhar sem graça, alheio
Que me discrimina
Este meu pseudo acesso
Sempre tão restrito
Este estar calado sempre
Que me oculta o grito
Este parco antigo sonho
Já puído e gasto
Este meu buscar
Do que me afasto
Este quase-conseguir
Que tanto me atormenta
Este mundo comezinho
Que ninguém aguenta
Este ser angustiado
Que me mora
Este quando que virá, virá
Mas não agora
Esta imensa dor
De ser e não saber quem sou
Este mundo falso
Que criei pra ser feliz
E onde não estou.
sábado, 27 de agosto de 2011
Sem pressa
A porta ainda está aberta
O dia sempre recomeça
E eu que sinto amor à beça
Por você
Espero, sim
Não tenho pressa.
quarta-feira, 24 de agosto de 2011
sábado, 20 de agosto de 2011
sexta-feira, 19 de agosto de 2011
"Messalino"
Descobri
Que meu gostar é "messalino"
Promíscuo e indiferente
Como o de um felino
E as pessoa que amo
São coisas que uso
Pra des-afiar o meu destino.
terça-feira, 16 de agosto de 2011
FLOR-E-AR
Hoje eu te quero
Flor-e-ar
Tu que me és a cor
Mais bela e a textura
A qual meu texto
Intenta o toque, flor e ar
A tez, a maciez e a brancura
As quais me deixam
Sem saber o que pensar
Hoje eu te quero
Ver
Compor
Cantar
Tocar
Amar
E declamar
E te cobrir de flores com o olhar.
segunda-feira, 15 de agosto de 2011
Apenas ser
Apenas ser
Para se sentir
O ácido das nuvens
Nos olhos
A textura escura
Das madrugadas nas mãos
Apenas ser
Para se nascer
Para se tecer e para se pintar
E se estender de comprido
Sobre a vida
Distraída, e se deixar levar
Sem saber onde vai dar
Ou se vai dar
Apenas ser para se deixar levar
Pelo sol
Como quem busca eterna e ternamente
O farol
Que o há de guiar
E que nos há de guiar.
Para se sentir
O ácido das nuvens
Nos olhos
A textura escura
Das madrugadas nas mãos
Apenas ser
Para se nascer
Para se tecer e para se pintar
E se estender de comprido
Sobre a vida
Distraída, e se deixar levar
Sem saber onde vai dar
Ou se vai dar
Apenas ser para se deixar levar
Pelo sol
Como quem busca eterna e ternamente
O farol
Que o há de guiar
E que nos há de guiar.
sexta-feira, 5 de agosto de 2011
Saiba
Saiba que eu te amo
Como sempre
E como nunca
Com todas as forças
Com todas as notas
Com todos os sonhos
A cada segundo
Mesmo calado
Mesmo distante
Mesmo perdido
Sempre te sinto
Sempre te quero
Sempre te busco
Você é o motivo
Da minha existência
No mundo.
quinta-feira, 4 de agosto de 2011
Perdão
Se eu não pudesse te pedir perdão
Ou se você não o aceitasse
As horas seriam amargas
As dores constantes
E todos os meus instantes
Seriam prenúncios do fim
Se eu não pudesse te pedir perdão
Ou se você não o aceitasse...
O que seria de mim?
terça-feira, 2 de agosto de 2011
Coisas
Para mim
As coisas nunca são
O que as coisas são
Elas são
A representação
O anseio
O inverso
O quiprocó
As coisas
São muitas coisas
Numa coisa só
quinta-feira, 28 de julho de 2011
Para tudo
Para todos os sentidos
Uma melodia
Para todos os meus dias
Um momento
Para todos os momentos
Um porquê:
Para toda a minha vida
Só você.
Caos e cosmos
Beijar-te
Como quem traduz
Com os lábios
A luz de uma estrela dançante
Com a intensidade de uma vida inteira
Num instante.
Da minha à tua Pessoa
Só sei te pensar
Só faço sentir
Sem ti meu mundo é solitário
Viver, eu sei, não é preciso
Amar-te é com certeza necessário.
quarta-feira, 20 de julho de 2011
sexta-feira, 15 de julho de 2011
Hoje eu te vi
Hoje eu te vi
Descendo as escadas
Você me viu também, eu sei
Mas não olhou
Talvez, se nos olhássemos
Nos abraçaríamos
Nos beijaríamos
E ficaríamos o resto da vida juntos
Mas você fugiu
E estava tão linda
Eu descobri
Que você é a mulher mais linda do mundo
Mesmo quando foge...
Hoje eu te vi
Descendo as escadas
E isso salvou o meu dia.
segunda-feira, 11 de julho de 2011
sábado, 9 de julho de 2011
quarta-feira, 6 de julho de 2011
Sigo...
Não posso dizer que estou feliz
Talvez esta palavra
Nunca mais me faça sentido
E sinto...
Os dias
É certo
Hão de se suceder
Como convém que seja
E engolirão avidamente
Os fatos
E mesmo os tristes
Hão de se tornar lembranças
Dores que ao sabor do tempo
Tornar-se-ão antigas
Como eu mesmo antigo
Hei de me tornar
Não posso dizer que seguirei
Ou ficarei feliz
Mas o caminho existe
E mesmo triste
Eu sigo...
Eu só sei andar.
Além do mais...
Além do mais
Sou menos sem você
E menos é
Tudo que eu possa
Ou faça
E tenho menos sonhos
Alegrias...
Pois sem você
A vida
Não tem graça.
Primavera
Antes de mais nada
Quero estar aqui
O seu sorriso
Vale toda a espera
Só quem consegue
Suportar o frio inverno
Merece
A cor e o calor
Da Primavera.
sexta-feira, 1 de julho de 2011
Resposta
Nunca sei onde você está
Para onde e com quem vai
Ou de quem gosta
Tenho tantas perguntas
E nenhuma resposta.
Sete poeminhas de uma noite insone
I
MOTIVOS
Tudo que me cerca
Traz-me uma alegria
Enfim
Só não encontro
Motivos pra sorrir
Em mim.
II
O AMOR
O amor
Como tudo na vida
Nunca nos vem na medida
Ou é demais,
Ou de menos...
III
COTIDIANO
Vamos a tantos lugares
E não vamos a lugar algum.
IV
PIADA
Dizer
Que a vida é de graça
É uma piada
Sem graça.
V
ROTINA
A poesia
Termina
Onde começa a rotina.
VI
JUSTOS
Há tempos
Não durmo
O sono dos justos.
VII
DIÁLOGO PROFUNDO SOBRE O AMOR
- Vamos fazer amor?
- Por que, o seu acabou?
quarta-feira, 29 de junho de 2011
terça-feira, 28 de junho de 2011
segunda-feira, 20 de junho de 2011
terça-feira, 14 de junho de 2011
Desiderata
Eu quero mais que estar
Eu quero ser
E mais do que caber
Quero fluir
Mais do que dormir
Quero nascer
E mais do que saber
Quero sentir
Mais do que um sussurro
Eu quero o grito
E mais do que a respiração
Quero o suspiro
Quero ser mais que aquilo
Em que me inspiro
E mais que apenas paz
Para o meu ser aflito
Eu quero mais do que se ouve
Mais do que se vê
Quero bem mais que o dia assim
Sisudo
Eu quero mais que nada
Mais que tudo
E mais que qualquer coisa em mim
Quero você.
sábado, 11 de junho de 2011
Meus olhos te mudam
Meus olhos te mudam
Me mudam
E nos emudecem
Te tocam
Te sentem
E te enrubescem
Te cantam
Te acordam
E te adormecem
Te esculpem
Te fazem
E te acontecem
Te sabem
Te encontram
E te reconhecem
Te mudam
Me mudam
E nos emudecem.
A pena da espera (trecho de um e-mail)
...Pelo simples motivo de que algumas pessoas
Valem a pena da espera
O sufoco, o desespero, as dúvidas, o cansaço, as dores...
Algumas pessoas valem tudo isso
Porque são especiais
E por mais que não assumamos
É por elas que levantamos todos os dias da cama
Por elas encaramos a rotina
Por elas enfrentamos o frio do clima e da vida
Por elas...por as amarmos
Ainda que às vezes
E de certa forma
Em silêncio...
sexta-feira, 10 de junho de 2011
Sobre cruzar e amar
Alguns amam, outros cruzam
Os braços
As pernas
Os dedos
Talvez os olhares
Os sorrisos
As intenções
Os sentimentos
Os dias...
E as pernas
E os braços
E os dedos
Não é à toa
Que alguns confundem
Cruzar com amar.
terça-feira, 7 de junho de 2011
Vo - se
Descubra-se
Revele-se
Desminta-se
Rebele-se
Refaça-se
Repare-se
Encontre-se
Encare-se
Reflua-se
Revoe-se
Destrua-se
Doe-se
Mire-se
Acerte-se
Abrace-se
Aperte-se
Cante-se
Centre-se
Saia-se
Entre-se
Monte-se
Faça-se
Conte-se
Nasça-se
Mereça-se
Saiba-se
Expanda-se
Caiba-se
Imense-se
Interne-se
Dense-se
Terne-se
Nunca-se
Sempre-se
Agore-se
Eterne-se
A manhã
A espera
Não é insana
Ao contrário
É belamente humana
A sensação que me guia
A noite
Não é eterna
Ao contrário
É simplesmente terna
A manhã
Que seu sorriso anuncia.
Sentido
Deixe
Que minhas palavras
Te acolham
Que minhas escolhas
Te acalmem
Que o meu calar
Te desperte
Que meu calor
Te adormeça
Esqueça tudo de errado
Que no passado
Ficou
Dê-me sentido
Aos sentidos
Dê-me seus lábios
E eu vou.
terça-feira, 31 de maio de 2011
A Narciso
Prefiro a reflexão
Ao reflexo
A solução
Ao complexo
A amplidão
De um amplexo
Ao simples sexo
Vazio
Você, Narciso,
É apenas uma imagem
Na superfície, sem nexo
Eu sou o rio.
segunda-feira, 30 de maio de 2011
Entre
A vida toda aguardo tua chegada
Embora não saiba ainda o que fazer
Quando chegares
Talvez eu olhe para o céu
Buscando algum assunto que me salve
Alguma frase que não seja: Eu te amo
Pedirei que entre
Tentarei esconder o olhar da minha alegria,
Insegurança e nervosismo
Em meio aos quadros da família sobre a estante
Tentarei dizer coisas inteligentes
Tentarei não te olhar tão profundamente
Para não te constranger
Em cada canto da sala
Enfim a ausência da tua ausência
Tentarei resistir a tocar de uma vez
Todos os sinos do mundo
Todos os sinos do mundo
Que teus lábios contêm
Farei de conta que é um dia comum
Lá fora, os pássaros cantarão como sempre
E como nunca
Eu cantarei aqui dentro.
Interlúdio
Entre o tudo e o nada
O que se foi
E o que ainda se anuncia
Entre a noite e o dia
O sono e o despertar
Entre o te amar e o mais te amar
Entre a certeza incerta
E a incerteza
Entre a lágrima de alegria
E a de tristeza
Entre o vulto denso
De seu não estar
E a luz que cria seu olhar
No meu olhar
Entre as palavras dos seus ditos sábios
E o ar que as forma poesia
Entre seus lábios
Estou eu, apenas eu
A te buscar.
domingo, 15 de maio de 2011
Se...
Seria maravilhoso
Se a sombra não fosse nos meus olhos
Se não fosse no meu peito o grito mudo
Se meu coração parasse de bater
Se algo parasse de bater
Se as respostas brotassem na grama
Se grama brotasse na boca
Se as raízes não fossem tão profundas
Se caminhar não doesse tanto
Se ficar parado não doesse tanto
Se algo viesse e destruísse a terra
E restaurasse o resto do meu dia
Seria maravilhoso
Se a sombra não fosse nos meus olhos
Se não fosse no meu peito o grito mudo
Se meu coração parasse de bater
Se algo parasse de bater
Se as respostas brotassem na grama
Se grama brotasse na boca
Se as raízes não fossem tão profundas
Se caminhar não doesse tanto
Se ficar parado não doesse tanto
Se algo viesse e destruísse a terra
E restaurasse o resto do meu dia
Seria maravilhoso
sábado, 14 de maio de 2011
Aurora
Aclarar:
Superar os temores,
Resolver os dilemas,
Assumir os riscos,
Ostentar os sins publicamente
Com todas as implicações que disso advêm
E finalmente ver nascer o sol
Ao lado de alguém.
Superar os temores,
Resolver os dilemas,
Assumir os riscos,
Ostentar os sins publicamente
Com todas as implicações que disso advêm
E finalmente ver nascer o sol
Ao lado de alguém.
quinta-feira, 12 de maio de 2011
Antes...
Antes de fazer
Seja mesquinho
Antes de perder
Siga o caminho
Antes de bater
Faça carinho
Antes de ofender
Fique sozinho
Antes de descrer
Reze baixinho
Antes de morrer
Viva um pouquinho.
Escapista
Às vezes é preciso não estar
Ser procurado
E não estar
Ser quisto
E não estar
Ser encontrado e visto
E não estar
Às vezes é preciso sumir
Lançar-se ao infinito de si mesmo
Ir...
quinta-feira, 5 de maio de 2011
(....)
Amor.
Amanhã
Quando esta palavra
Não mais possuir valor algum
Para o mundo
E sua simples menção ou pronúncia
Estiver terminatemente proibida
Entre as gentes
E o seu real significado
Estiver perdido para sempre
Nós os tolos ainda a cantaremos
Em segredo
Com os olhos.
Amanhã
Quando esta palavra
Não mais possuir valor algum
Para o mundo
E sua simples menção ou pronúncia
Estiver terminatemente proibida
Entre as gentes
E o seu real significado
Estiver perdido para sempre
Nós os tolos ainda a cantaremos
Em segredo
Com os olhos.
segunda-feira, 2 de maio de 2011
Parte...
Não sou poeta de ninguém
Eu não sou nada
Parte do que sou te espera
A outra está cansada
Parte do que sou sorri
Enquanto a outra chora
Eu não pertenço a nada neste mundo
Além do agora...
Eu não sou nada
Parte do que sou te espera
A outra está cansada
Parte do que sou sorri
Enquanto a outra chora
Eu não pertenço a nada neste mundo
Além do agora...
quarta-feira, 27 de abril de 2011
Asas
Muitos amores são belos
Poucos são de verdade
O meu são as asas da ave
A tarde chora seus filhos
Velhos homens de olhos novos
Nos bancos das praças
Alimentam pombos
Pombos têm asas
Homens têm seus sonhos
Asas compôem canções pelo espaço
Sonhos as compõem pelo infinito
Homens de asas infinitas
Esbugalham pão com os polegares
Amam, sonham e alimentam pombos
Aves voam as canções da tarde
E tudo são aves nas canções da tarde
Ela que chora seus filhos
Belos amores
Poucos de verdade
O meu são as suas asas
Que me compõem no infinito
Verso
Das canções da tarde.
Poucos são de verdade
O meu são as asas da ave
A tarde chora seus filhos
Velhos homens de olhos novos
Nos bancos das praças
Alimentam pombos
Pombos têm asas
Homens têm seus sonhos
Asas compôem canções pelo espaço
Sonhos as compõem pelo infinito
Homens de asas infinitas
Esbugalham pão com os polegares
Amam, sonham e alimentam pombos
Aves voam as canções da tarde
E tudo são aves nas canções da tarde
Ela que chora seus filhos
Belos amores
Poucos de verdade
O meu são as suas asas
Que me compõem no infinito
Verso
Das canções da tarde.
segunda-feira, 25 de abril de 2011
Sabedorias
Quem tudo sabe
Nem sempre conhece o necessário pra sorrir.
Às vezes basta-me um olhar
Para haver flores.
E as flores sabem tudo o que preciso.
Nem sempre as horas curam
Todas as feridas.
Algumas precisam de pomada,
Outras de afeto.
Os silêncios não comportam
Todas as palavras.
Nem todas elas são comportadas,
Algumas são livres...
Mas nem elas possuem
Todas as respostas,
Algumas respostas são mudas,
Outras vazias.
Algumas não existem,
Outras são seus olhos...
Quem tem uma pergunta
Sempre busca
Mas nem sempre enconta alguém
Que lhe responde ou corresponde
Para ser feliz.
Eu sei que sou feliz ao ver-te,
Só não sei ao certo o quando e nem onde.
Nem sempre conhece o necessário pra sorrir.
Às vezes basta-me um olhar
Para haver flores.
E as flores sabem tudo o que preciso.
Nem sempre as horas curam
Todas as feridas.
Algumas precisam de pomada,
Outras de afeto.
Os silêncios não comportam
Todas as palavras.
Nem todas elas são comportadas,
Algumas são livres...
Mas nem elas possuem
Todas as respostas,
Algumas respostas são mudas,
Outras vazias.
Algumas não existem,
Outras são seus olhos...
Quem tem uma pergunta
Sempre busca
Mas nem sempre enconta alguém
Que lhe responde ou corresponde
Para ser feliz.
Eu sei que sou feliz ao ver-te,
Só não sei ao certo o quando e nem onde.
À procura...
Meus passos não conseguem te encontrar
Mas não desistem de te procurar
As direções que não te indicam
Não me levam a lugar algum
Aos meus olhos cansam as imagens tortas
Olhares que não são os seus
Atravessam-me vazio
Desde quando
O seu nome se tornou saudade?
E a sua falta se tornou tão grande?
Acho que sempre te busquei
só não sabia...
Acho que sempre te amarei
só não sabia...
Que a sua falta machucava tanto
E que seu nome se tornou saudade!
sexta-feira, 22 de abril de 2011
Não tenho o direito de te deixar triste
Não tenho o direito de te deixar triste
É me insuportável
Saber que te magoo
Não mais consigo ver a beleza do céu
Porque seus olhos choram
Seus olhos são-me o céu e estão nublados
Não mais consigo ver o brilho do sol
Pois o sol que me dá vida
É o seu sorriso, e ele está oculto
Entristecer-te é meu maior castigo
Pois quando te faço sofrer
Sofro mil vezes por isso.
É me insuportável
Saber que te magoo
Não mais consigo ver a beleza do céu
Porque seus olhos choram
Seus olhos são-me o céu e estão nublados
Não mais consigo ver o brilho do sol
Pois o sol que me dá vida
É o seu sorriso, e ele está oculto
Entristecer-te é meu maior castigo
Pois quando te faço sofrer
Sofro mil vezes por isso.
terça-feira, 19 de abril de 2011
Não deixes que eu me iluda
Não deixes que eu me iluda
Se por um acaso tudo que houve
Não há mais
Se teus olhos
Não mais buscam o brilho dos meus
Se tua alma
Não mais reclama a ausência da minha
À noite
Se teu barco busca agora outro porto
Outra direção
Diga-me, não deixes que eu me iluda
Prefiro a deriva
À ilusão.
Se por um acaso tudo que houve
Não há mais
Se teus olhos
Não mais buscam o brilho dos meus
Se tua alma
Não mais reclama a ausência da minha
À noite
Se teu barco busca agora outro porto
Outra direção
Diga-me, não deixes que eu me iluda
Prefiro a deriva
À ilusão.
quinta-feira, 14 de abril de 2011
De que modo?
Como faço pra aplacar sua tristeza? de que modo superar sua incerteza? de que jeito aliviar os seus cansaços? Te mantendo a salvo nos meus braços!
terça-feira, 12 de abril de 2011
Meu diálogo com Drummond
Eu - Ah, Carlos, estou apaixonado?
Carlos - Se você não consegue trabalhar o dia todo,
ansioso pelo encontro que está marcado para a noite...
- Se você não consegue imaginar de maneira nenhuma
um futuro sem a pessoa ao seu lado...
- Se você tiver certeza de que vai ver a outra envelhecendo,
e mesmo assim tiver a convicção
de que vai continuar sendo louco por ela...
- Se você preferir "fechar os olhos" antes de ver a outra partindo:
é o amor que chegou à sua vida.
Eu - Sim, Carlos, assim, exatamente assim que me sinto!
- Mas como provar a ela que todas as belas canções
que eu ouço falam sobre ela? Que todo momento sem ela
é-me um momento vazio? Que todo futuro feliz em que me imagino
é um futuro ao lado dela?
Carlos - Fácil é perguntar o que deseja saber.
Difícil é estar preparado para escutar esta resposta.
Difícil é estar preparado para escutar esta resposta.
Ou querer entender a resposta.
- Fácil é chorar ou sorrir quando der vontade.
Difícil é sorrir com vontade de chorar ou chorar de rir, de alegria.
- Fácil é dar um beijo.
Difícil é entregar a alma. Sinceramente, por inteiro.
- Fácil é chorar ou sorrir quando der vontade.
Difícil é sorrir com vontade de chorar ou chorar de rir, de alegria.
- Fácil é dar um beijo.
Difícil é entregar a alma. Sinceramente, por inteiro.
- Fácil é abraçar, apertar as mãos, beijar de olhos fechados.
Difícil é sentir a energia que é transmitida.
Difícil é sentir a energia que é transmitida.
Aquela que toma conta do corpo como uma corrente elétrica quando tocamos a pessoa certa.
- Falar é completamente fácil, quando se têm palavras em mente
que expressem sua opinião.
- Difícil é expressar por gestos e atitudes o que realmente queremos dizer,
o quanto queremos dizer, antes que a pessoa se vá.
que expressem sua opinião.
- Difícil é expressar por gestos e atitudes o que realmente queremos dizer,
o quanto queremos dizer, antes que a pessoa se vá.
Eu - Você realmente me entende!
segunda-feira, 11 de abril de 2011
Sempre
Eu quero ficar para sempre
Desenhando seus lábios
Em meus lábios
Seu sorriso em meus olhos
Todas as canções
Em seus cabelos
O fogo em sua pele
A certeza em sua alma
Quero ficar para sempre com você.
quinta-feira, 7 de abril de 2011
Parece-me hoje
Parece-me hoje Mais difícil que o normal Ser homem Não encontro motivos Para olhar no epelho E os meus defeitos Nossos defeitos Acuam-me num canto da vida Hoje a noite negra Cobre-me de luto.
Não se pronuncia o nome do homem morto
Não se pronuncia o nome do homem morto Suas palavras, suas aspirações, seus pensamentos Seus sorrisos, feitos, crenças...sua índole Repousam espalhados pelo caminho Que ele percorreu, que apenas ele percorreu Seus passos aos poucos vão evanescendo Ventos da tarde, raios da manhã Não, não pronunciem nunca o nome do homem morto Agora todos os nomes o contêm um pouco E nenhum deles suporta a sua ausência.
(I) mundo
Hoje não tenho palavras. O céu dos meus olhos está turvo. O mundo (I)mundo não vale a pena .Quando tudo que nos resta são os restos. Os restos dos sonhos infantis. Daqueles que não mais acordarão.
terça-feira, 5 de abril de 2011
Diga-me
Apenas me diga o que você quer
Beijos, lágrimas
Partida, chegada
Nascer do sol, pôr do sol
Casa na colina, estrada
Nuvem
Pipa no céu
Barco de papel
Na enxurrada
Encontrar-se de dia
Perder-se de madrugada
Um pouquinho de tudo
Ou muita coisa de nada
Cores, canções
Papo à toa, risada
Pode-se ter o que quiser
Apenas diga o que você quer.
Sem você
Estar sem seguir
Sem ficar
Sem ouvir ou falar
Sem sentir nem pensar
Sem cair nem voar
Existir sem sonhar
Estar sem dormir
Sem comer
Sem sorrir
Sem viver
Sem poder existir
Sem você.
segunda-feira, 4 de abril de 2011
Hei de te provar
Hei de te provar, Ainda que me custe a vida! Que é a vida sem um amor pelo qual valha a pena perdê-la? Hei de te provar...
quarta-feira, 30 de março de 2011
Só você, poetisa
Só você, poetisa
Que me tira a órbita
O lugar comum
Que me põe em xeque
E me desconcerta
E me desconstrói
Que me tira o fôlego
Me devolve o fôlego
Dando-me palavras
E me mostra a angústia
Oculta, disfarçada
Do cotidiano
E me traz de volta
Deste algum lugar
Que é lugar algum
Me desmistifica
Me despequeniza
E me torna homem
E me torna ave
Me devolve as asas
Me devolve o ar
Só você, poetisa,
Por poetisar.
Sou um instante que passa
Sou um instante que passa
Silêncio absurdo e também grito
Amanhã serei outra coisa
Depois de amanhã serei nada
Mas agora aqui sou um instante
Lá fora as aves cantam
E os carros buzinam
E as pessoas atravessam aos sinais abertos
E param aos sinais fechados
As pessoas seguem de mãos dadas
E vão para a escola e para o trabalho
E antes, e depois pintam seus amanhãs
As pessoas são todo certezas
Quanto a mim, sou só um instante
Imenso em minha pequenez, vago vazio
Preparo-me ao que virá depois de mim
Mas sem expectativas
Os instantes nada sabem, apenas passam.
terça-feira, 29 de março de 2011
Solução
Amo-te pela tua ausência
Se estivesses aqui
De certo eu te amaria pela tua presença
Amo-te pela tua insegurança
Se estivesses segura
Por este motivo eu te amaria
Meu amor não é certeza, é condição
Amo-te porque sai o sol, por se por o sol
pelos becos com saída
pelas razões irracionais
Amo-te sem motivo algum
Meu amor não é questionamento
É solução.
sábado, 26 de março de 2011
Palavras
Não tenho palavras
Custa-me dizê-lo
Mas eu estaria mentindo se alegasse o contrário
As aves
Com suas asas a dobrar o espaço
As flores
Com suas cores e formas exuberantes
As ruas
Que levam e trazem pessoas sem destino certo
Os muros
Com suas tristezas secretas de tinta e cal
Todos esses possuem as suas palavras
Que não dizem nada
Mas ainda assim dizem tanta coisa aos que lhes prestam atenção!
Mas eu
Que me considero herdeiro de toda a eloquência humana
Só possuo rabiscos inexpressivos
Palavras, palavras de fato
Que valham a pena serem ditas e ouvidas
Que digam algo além de sua superficialidade léxica
Das tais não possuo nenhuma.
sexta-feira, 25 de março de 2011
quinta-feira, 24 de março de 2011
Violão
Apenas toque seu violão
Para eu ouvir tranquilo
Enquanto as horas se escondem nas lembranças
Enquanto nos tornamos velhas crianças
Enquanto tudo passa a ser, nascer, des-sendo
Apenas toque seu violão
Para eu seguir vivendo.
sexta-feira, 18 de março de 2011
quarta-feira, 16 de março de 2011
terça-feira, 15 de março de 2011
Com certeza
Esperar
Pelo que desejamos tanto,
O que nos tira o sono e nos traz os sonhos,
O que nos faz mover a máquina chamada coração?
Esperar por você? Com certeza, sempre!
Pelo que desejamos tanto,
O que nos tira o sono e nos traz os sonhos,
O que nos faz mover a máquina chamada coração?
Esperar por você? Com certeza, sempre!
sábado, 12 de março de 2011
Algumas coisas
Coloque uma coisa na sua cabeça
Os olhos nos meus olhos
As mãos nas minhas mãos
Os lábios nos meus lábios
Motivo nos meus sonhos
Tom nas minhas notas
Paz nas minhas guerras
Coloque a cabeça no meu ombro
O corpo nos meus braços
Vida nos meus dias
Coloque uma coisa na sua cabeça...
Os olhos nos meus olhos
As mãos nas minhas mãos
Os lábios nos meus lábios
Motivo nos meus sonhos
Tom nas minhas notas
Paz nas minhas guerras
Coloque a cabeça no meu ombro
O corpo nos meus braços
Vida nos meus dias
Coloque uma coisa na sua cabeça...
quinta-feira, 10 de março de 2011
Das Declarações
Você me disse que as mulheres não gostam de declarações,
Não sei se é o caso...
Não julgo conhecer os desígnios femininos,
Seus interiores, suas inclinações e preferências,
Mas talvez você tenha mesmo razão,
E nós homens é que não saibamos nos declarar
E também os valores por trás daquilo que se declara
não sejam devidamente expressos.
Ou talvez o sejam mas não tenham tanta importância...
Quem sabe aqueles que se declaram sejam os tolos
Mas então como se fica sabendo o que uma pessoa sente?
Como se lhes apreendem as intenções?
Como se lhes compartilham as vontades?
A que subterfúgios, geringonças, métodos,
Aparatos, traquitanas, dispositivos recorrem as mulheres
para saber o que sentem a seu respeito os homens?
A que feitiços, mandingas, trabalhos, preparos,
Amuletos, diademas, orações, conjuramentos?
Talvez você esteja certa,
E aquele que se declara devesse ficar calado,
Como talvez ele devesse ficar calado diante da luz do sol,
Da beleza das flores, do canto dos pássaros, da brisa suave,
Do murmurinho dos riachos, e de tudo que o apraz a vida.
Mas eu acho que não vale a pena,
Se não podemos gritar os nossos sentimentos,
Cantá-los, irradiá-los, sorri-los, senti-los com olhos, toques e almas
então não sei se vale a pena amar!
Não sei se é o caso...
Não julgo conhecer os desígnios femininos,
Seus interiores, suas inclinações e preferências,
Mas talvez você tenha mesmo razão,
E nós homens é que não saibamos nos declarar
E também os valores por trás daquilo que se declara
não sejam devidamente expressos.
Ou talvez o sejam mas não tenham tanta importância...
Quem sabe aqueles que se declaram sejam os tolos
Mas então como se fica sabendo o que uma pessoa sente?
Como se lhes apreendem as intenções?
Como se lhes compartilham as vontades?
A que subterfúgios, geringonças, métodos,
Aparatos, traquitanas, dispositivos recorrem as mulheres
para saber o que sentem a seu respeito os homens?
A que feitiços, mandingas, trabalhos, preparos,
Amuletos, diademas, orações, conjuramentos?
Talvez você esteja certa,
E aquele que se declara devesse ficar calado,
Como talvez ele devesse ficar calado diante da luz do sol,
Da beleza das flores, do canto dos pássaros, da brisa suave,
Do murmurinho dos riachos, e de tudo que o apraz a vida.
Mas eu acho que não vale a pena,
Se não podemos gritar os nossos sentimentos,
Cantá-los, irradiá-los, sorri-los, senti-los com olhos, toques e almas
então não sei se vale a pena amar!
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