sábado, 17 de abril de 2010

Amar

Amar
é lançar-se
sem paraquedas
no ar.

Porto Seguro

Quando meus lábios
encontrarem os seus
em meio à tempestade
e ao caos
que nos toma
eu, marinheiro perdido,
terei finalmente encontrado
meu porto seguro.

Noite Estrelada

Olho pro céu sem limites
perdido na noite estrelada
e me limito a sorrir...

Carta de Amor

Há anos aguardo
resposta
à carta de amor
que se lê nos meus olhos.

Hoje

Hoje
quando os últimos raios de sol
da tarde
tocarem seu rosto
e quando os sonhos invadirem seus olhos
junto com as estrelas
e todas as palavras convergirem ao silêncio
lembre-se de que eu te amo.

A Partida do Trem

lembro-me dela
naquela tarde fria
sorrindo pra mim
de tristeza
quando o trem partiu
e desde aquele dia
tenho a nítida impressão
de que mesmo antes de haver trem
e mesmo antes de haver Mundo e Universo
ela já estava sorrindo pra mim
ela sempre esteve sorrindo pra mim
de tristeza.

quarta-feira, 14 de abril de 2010

Reflexão

Há sempre uma voz oculta
no silêncio aparente
das palavras
que nunca foram ditas
mas que dizem tudo.

Surpresas

Hei de surpreendê-la com um beijo
um dia desses quaisquer
inesperadamente

Quando ninguém mais ligar pra nada
e todas as declarações de amor
estiverem obsoletas

Quando nossas vidas se mostrarem tão chatas
que nos dê vontade de morrer
hei de beijá-la nos lábios
de forma arrebatadora

O que certamente há de acelerar seu coração
e fatalmente parar o meu.

Madrugadas

As madrugadas gritam
na solidão
dos que ouvem em silêncio
mas não possuem resposta.

Descaminhos

Por quê...
há tantos caminhos a seguir no mundo?
desse jeito
nunca hei de te encontrar...

A cor dos teus olhos

Que pena o céu ser azul,
a vida seria mais bela
se ele talvez fosse assim:
Castanho, da cor seus olhos.

As poesias abaixo são de meu grande amigo, Evandro Moura. Muita honra tenho em poder publicar tão lindas palavras em meu blog.

Poesia de Evandro Moura - Dia de Primavera

Sinto o exalar de frescos aromas
Do cio de virgens flores

E a travessia amena do Rei
Faz promover inspiração
A quem tem um pouco de poeta

Mas lá pelas tantas
Enfadonhas já se tornam as palavras

Então os grilos
Os olhares
E as mãos
É que passam a falar.

Poesia de Evandro Moura - Realidade Avessa

Vejo as coisas
Como deveriam ser
Vivo espantado!

Poesia de Evandro Moura - Azar

Somos dos ímãs o polo mesmo

Somos a mesma face da moeda
Chance perdida
De sempre vitoriosos sermos

Somos vítimas algozes
Capazes de dar a vida
Um pelo outro

Somos com toda a certeza
As profundezas
Deste nosso inferno imposto

Poesia de Evandro Moura - Platônico Amor

Reclama meu espírito à falta
Daquela
Dona das palavras mais doces
Da graça que não me deixa saber
Onde fixar o olhar

Ele reclama a mim com razão
Pois careceu sempre da sua presença
E quer tocá-la aos cabelos
Quer abraçá-la
E beijá-la

Questiona-me a todo instante:
- Onde ela está?
Espero algum dia lhe responder.