segunda-feira, 7 de outubro de 2013

Musica ancestral

...talvez eu esteja delirando...quem sabe.
Mas talvez, apenas talvez, seja possível ser feliz e a felicidade seja um baque. quero dizer há olhos que se abrem em minhas mãos, em minha pele, em meus braços de vez em quando e me mostram coisas que não deveriam estar lá, que não estavam lá antes, ou que estavam e eu não conseguia perceber...como uma música, sei lá, com melodias erráticas, em um idioma ininteligível, em uma linguagem profana que não fala de pessoas ou de fatos, que não aponta direções, que não defende teses, e que não é feita de signos ou símbolos, anterior à própria linguagem de que se compõe. como uma pancada, uma percussão inaudível e ensurdecedora...que algum ancestral africano e negro nosso tocou para alguma ancestral africana e negra nossa para dizer que a amava...quando ainda não sabia falar...