segunda-feira, 4 de outubro de 2010

Grito da figueia fronda

Antes do inaudível grito
Grito
Depois persisto suspenso em tecitura curva
Da carne sua saborosa

Suspenso e absurdo grito

Sob galhos de figueira fronda
Entre fragmentos de vida abrasadora
Me estilhaço em brancuras diluídas
E mastigo pomos do desejo

Abaixo
Nossos corpos se dissolvem
Em vis volúpias desveladas
Sobre a relva fresca

Acima
Nuvens cantam canções visuais

A luz do sol explode
Em nossos rostos retesos e repletos
Em nossos corpos curvos e retos
E bocas deglutem essências carnais
Com mordeduras supranaturais

Enquanto um sorriso abafado pende
(Grito proscrito)
Inaudível da figueira fronda.

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