quinta-feira, 10 de março de 2011

Das Declarações

Você me disse que as mulheres não gostam de declarações,
Não sei se é o caso...
Não julgo conhecer os desígnios femininos,
Seus interiores, suas inclinações e preferências,

Mas talvez você tenha mesmo razão,
E nós homens é que não saibamos nos declarar
E também os valores por trás daquilo que se declara
não sejam devidamente expressos.

Ou talvez o sejam mas não tenham tanta importância...
Quem sabe aqueles que se declaram sejam os tolos
Mas então como se fica sabendo o que uma pessoa sente?
Como se lhes apreendem as intenções?
Como se lhes compartilham as vontades?
A que subterfúgios, geringonças, métodos,
Aparatos, traquitanas, dispositivos recorrem as mulheres
para saber o que sentem a seu respeito os homens?

A que feitiços, mandingas, trabalhos, preparos,
Amuletos, diademas, orações, conjuramentos?

Talvez você esteja certa,
E aquele que se declara devesse ficar calado,
Como talvez ele devesse ficar calado diante da luz do sol,
Da beleza das flores, do canto dos pássaros, da brisa suave,
Do murmurinho dos riachos, e de tudo que o apraz a vida.

Mas eu acho que não vale a pena,
Se não podemos gritar os nossos sentimentos,
Cantá-los, irradiá-los, sorri-los, senti-los com olhos, toques e almas
então não sei se vale a pena amar!

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