quarta-feira, 30 de março de 2011

Sou um instante que passa

Sou um instante que passa
Silêncio absurdo e também grito

Amanhã serei outra coisa
Depois de amanhã serei nada
Mas agora aqui sou um instante

Lá fora as aves cantam
E os carros buzinam
E as pessoas atravessam aos sinais abertos
E param aos sinais fechados

As pessoas seguem de mãos dadas
E vão para a escola e para o trabalho
E antes, e depois pintam seus amanhãs

As pessoas são todo certezas
Quanto a mim, sou só um instante
Imenso em minha pequenez, vago vazio

Preparo-me ao que virá depois de mim
Mas sem expectativas
Os instantes nada sabem, apenas passam.

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